Lidando com o inesperado
Bruno Peron
7 de abril de 2024

O aprendizado de inglês resulta no manejo habilidoso de um sistema de códigos, instruções e signos. Livros escolares fazem crer, com seu didatismo, que há apenas um (ou poucos) padrões de comunicação. É o caso da ênfase exagerada no inglês americano ou britânico; das frases excessivamente formais e num ritmo espaçado. Porém a realidade do uso do inglês é mais complexa e diversa; e, por isso, há que treinar para lidar com o inesperado.

Na prática a frase que você aprendeu nem sempre fica na ponta da língua; aquela palavra que você achou que soubesse cai no esquecimento; o sotaque do interlocutor é de difícil distinção, a ponto de ter que solicitar repetições; há também as diferenças nas escolhas lexicais para as quais você talvez não tenha preparo suficiente. Para ser proficiente em língua inglesa, há que ser um usuário frequente dela e abrir a mente para situações que você não espera.

O garçom perguntaria “What can I get you?” em vez de “Can I take your order?” no restaurante. Depois de ouvi-lo com um sotaque diferente do qual você está acostumado (talvez porque ele não seja nativo), e uma frase também inesperada, você está à beira de uma pane cerebral. Você se queixará do seu método de aprendizado de inglês. Mas nunca se esqueça de que o mundo não é um desenho previsível. O cálculo que você memorizou não vai necessariamente se repetir.

Lidar com o inesperado neste mundo de intercâmbio de culturas e línguas é uma habilidade que você deve desenvolver. Que seria de mim em minha visita ao Egito se não dançasse conforme à música? Você desembarca do trem intermunicipal na estação e alguém já lhe oferece serviço de táxi ao hotel da forma mais invasiva possível: pegando a mala sem autorização, gritando e vociferando, seguindo o cliente em potencial até que a sorte seja lançada.

Noutra situação, você aceita ser conduzido pelo segurança de uma zona arqueológica a uma área restrita para tirar fotos. E logo descobre que nada é de graça e haverá um pedido de gorjeta sob risco de ser punido por autoridades caso se negue a contribuir. E que cultura de gorjetas a egípcia! Há que andar sempre com trocado para usar sanitários públicos e para que o fotografem em lugares turísticos. Há que pagar valores adicionais aos acordados com o taxista, e até para guardar o calçado na entrada de mesquitas. O inesperado se torna uma abertura de horizontes.

Logo você descobre que o mundo não é tão engessado quanto aparenta. Ou que a fórmula que achávamos que servisse para tudo (uma espécie de panaceia cultural) não se aplica noutras situações. Uma pergunta surge ao visitar um lugar que lhe é estranho. Quem é exótico, afinal: o nativo majoritário ou o visitante minoritário?

Aprender inglês e conhecer culturas diferentes daquelas com as quais você está acostumado ampliam a visão de mundo. Seu preparo passa a ser maior para lidar com o inesperado. Você comete erros, mas se faz entender. Você se regozija de que haverá comunicação, a despeito das barreiras, das dificuldades e dos receios.

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