Deixar para última hora

DEIXAR PARA ÚLTIMA HORA
Professor Bruno Peron

Aprender inglês é um investimento que se faz na vida e para a vida. É preciso que a dedicação seja bastante e consistente durante anos para alcançar proficiência em inglês. Tal esforço requer colocar a língua inglesa como parte de seu dia-a-dia, ou como componente essencial de sua rotina. Mas a fórmula da prática diária não é tão simples assim, já que se trata de aprender um idioma.

Há que ter ciência da complexidade de uma língua e das habilidades que temos que exercitar, sobretudo audição, fala, leitura e escrita. No entanto, trato um pouco nesta oportunidade do hábito que brasileiros têm de deixar para última hora seus compromissos, como o de aprender um segundo idioma. Isso quando entendem sua frequência a um curso de inglês como compromisso.

Além disso, muitos brasileiros acreditam em soluções rápidas: cursos intensivos de um mês, imersões de duas semanas, cargas horárias de tantas horas semanais. Buscam, com isso, correr atrás do tempo perdido, e se resolver de um dia para o outro. Demoram para dar início a um curso de inglês, e não veem a hora que termine. Mas não é assim que funciona.

Esse hábito de deixar para última hora é frequente diante de situações como: entrevistas de emprego, oportunidades de intercâmbio, viagens internacionais, provas de admissão à pós-graduação, entendimento de filmes, redação de e-mails (correios eletrônicos), telefonemas corporativos, uso de novas tecnologias. São muitas as situações cotidianas em que o inglês nos inseriria em vez de excluir.

Um número grande de profissionais brasileiros procuram cursos de inglês que lhes façam praticamente milagres por terem negligenciado um segundo idioma em sua formação. Eles se veem frente a pressões do chefe, vagas de emprego de maior remuneração, oportunidades de trabalho no exterior. Mas devem empreender uma corrida ansiosa contra o tempo.

Outros candidatos a um curso de inglês estão diante de exames de proficiência em inglês para ingresso no Mestrado ou Doutorado, mas o ensino regular foi incapaz até de incutir-lhes os usos de “verb to be”, a posição dos adjetivos na frase, ou quando se usa o “present simple”. Chegam a professores de inglês com a perspectiva de terem que “começar do zero” ou aprender o “básico do básico”.

Brasileiros dão de cara com a complexidade que é ter uma boa formação, investir de forma duradoura em educação, aprender inglês de maneira consistente e para a vida. É certo que nunca é tarde, mas um adulto precisa ter força de vontade maior que a de uma criança para tornar-se proficiente em inglês, e sente mais a pressão do tempo. Precisa ainda encaixar o inglês entre seus vários afazeres diários.

Repito: nunca é tarde. Acrescento que todos têm condições de aprender, em qualquer idade ou em qualquer situação. Porém é necessário ter consciência de que aprender inglês requer dedicação, consistência, disciplina, tempo, perseverança e vontade. Certamente não é para aventureiros de última hora, que, num piscar de olhos, reduzam o mérito ao milagre.

Prof. Bruno Peron
Inglês e Atualidade
inglesdedicado.com

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